Posso beber minha propria urina


A urina humana, tal como a urina de outros animais, é composta por cerca de 3000 componentes, mas principalmente de água (95%, em média), e contém também cerca de 5% de ureia e de ácido úrico, sal e outras substâncias, sendo expelida durante o ato de urinar. O volume, a acidez e a concentração de sais na urina são regulados por hormonas, entre as quais figuram a hormona antidiurética e a aldosterona. Estas hormonas atuam nos rins para garantir que a água, os sais e o equilíbrio ácido-base (acidez ou alcalinidade do sangue e do fluido intersticial) do organismo se mantêm dentro de estreitos limites. Cerca de metade dos sólidos na urina humana são ureia, o principal produto da degradação do metabolismo das proteínas, e o resto inclui nitrogénio, cloretos, cetosteroides, fósforo, amônio, creatinina e ácido úrico. A presença na urina de açúcar, albumina, pigmentos biliares ou quantidades anormais de algumas substâncias, incluindo as constituintes habituais, é indicador de doenças. A urina é normalmente estéril quando é expelida e tem só um vago cheiro. O cheiro desagradável da urina deteriorada é devido à ação de bactérias que provocam a libertação de amoníaco.


O mochileiro Aaron Ralston decidiu, consumir a própria urina para permanecer vivo, antes de resolver cortar seu próprio braço, que estava preso debaixo de uma rocha para escapar. Essa foi uma situação extrema de sobrevivência, e é só em casos como esse que você deve começar a pensar em beber sua própria urina. 

Lembrando que urina é composto por pelo menos 95% de água. Os 5% restantes não são muito bons para você, tendo em vista que seu corpo está querendo se livrando. A urina também carrega traços pequenos do excesso de toxinas na forma de ácidos a partir de seu rim, mas você precisa beber muito para fazer estragos.
Os eletrólitos permitiem que algumas das nossas células conduza eletricidade, porém muito sódio extrai água de nossas células, desidratando-nos. Muito potássio, por sua vez, pode levar a um ataque cardíaco.
“Pense nisso como beber água do oceano”, compara Jeff Giullian, nefrologista da Associação de Nefrologia de Denver, Colorado, EUA. “Vai desidratá-lo e causar mais danos do que benefícios”.
Dan Woolley discordaria. Ele passou 65 horas preso sob os escombros do Hotel Montana no Haiti após o terremoto do ano passado e atribui sua sobrevivência parcialmente ao fato de ter bebido sua própria urina.
Especialistas em sobrevivência, entretanto, têm opiniões conflitantes. Bear Grylls, apresentador do programa de TV “Man vs Wild” (Homem vs Natureza Selvagem), aconselha a prática – Woolley conta que foi o próprio Grylls que lhe ensinou o truque -, enquanto Les Stroud, apresentador do programa “Survivorman”, do canal Discovery, não acredita nos poderes da urina, mesmo em situações extremas como a de Woolley.
O Manual de Sobrevivência do Exército dos Estados Unidos inclui urina na lista de “não beba”. No entanto, Aron Ralston, um aventureiro que ficou com seu braço preso sob uma rocha e foi obrigado inclusive a cortá-lo para se livrar, também ingeriu sua urina e sobreviveu. A história foi retratada no filme “127 Horas”.
Cada caso é um caso, mas de uma forma geral beber urina para sobreviver é ainda mais prejudicial, pois a desidratação a torna menos diluída e os eletrólitos e os ácidos estão presentes em maior concentração, fazendo uma má situação ficar ainda pior.


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Ao se aventurar em qualquer atividade em ambientes naturais e hostis, devemos estar cientes que os riscos existem e com o conhecimento correto das técnicas de sobrevivência juntos com a responsabilidade podemos superamos os desafios.

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