Soro antiofídico como é feito e como age

O soro antiofídico é um medicamento para tratar mordidas de cobras venenosas. É obtido a partir de anticorpos do sangue do cavalo, principalmente. Foi descoberto por Albert Calmette, um bacteriologista francês. Sua descoberta serviu de base para os estudos de Vital Brazil que desenvolveu o soro usado hoje em todo o mundo. Vital Brazil descobriu a especificidade do soro, percebendo que cada veneno produzia um soro específico, isto é, o soro obtido a partir do veneno do animal que causa o acidente só neutraliza a ação desse veneno.

O processo de produção do soro antiofídico consiste na aplicação de pequenas doses de veneno no animal. Neste período, o organismo do cavalo produz anticorpos contra o veneno. Depois de um determinado período sofre sangria. Os anticorpos são separados por centrifugação do sangue. Em seguida ele sofre liofilização (remoção de água) e é armazenado.

No Brasil são produzidos basicamente os seguintes soros antiofídicos:

Antibotrópico = contra picada de jararacas
Anticrotálico = contra picada de cascavel
Antilaquético = contra picada de surucucu
Antielapídido = contra picada de cobra-coral
Anticrotálico-botrópico = contra picadas de cascavéis e jararacas
Antibotrópico-laquético = contra picadas de jararacas e surucucus
...
Apesar de existirem soros específicos para diferentes gêneros de cobras, o processo de produção de todos eles segue o mesmo padrão.


Segundo dados do Ministério da Saúde, das cerca de 20 mil pessoas picadas por serpentes venenosas a cada ano no Brasil, apenas 0,4% morrem. As poucas mortes ocorrem justamente pelo uso incorreto ou a demora no atendimento ou ainda pela falta dele. A utilização incorreta do produto pode ser evitada com ajuda do diagnóstico de um especialista, já que o veneno de diferentes gêneros de cobras precisa ser combatido com diferentes tipos de sonoro. A confusão nesse aspecto só não é maior porque 90,5% dos casos de pessoas picadas no país envolvem serpentes de um mesmo gênero, Bothrops. Pertencem a ele cobras como jararaca, jararacuçu, caiçaca, urutu e cotiara, todas com peçonhas que podem ser combatidas com o mesmo tipo de soro. Em seguida, em número de picadas, aparecem as cascavéis (do gênero Crotalus), a surucucu (Lachesis) e as corais verdadeiras (Micrurus). Essas espécies são minoria no Brasil. Dos 256 tipos de serpentes existentes no país, apenas 70 são peçonhentas, ou seja, capazes de inocular seu veneno. No país, os soros são feitos pelo Instituto Butantan, em São Paulo, pela Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais, e pelo Instituto Vital Brazil, no Rio de Janeiro. Toda a produção é comprada pelo Ministério da Saúde e oferecida gratuitamente em hospitais e postos de saúde de todo o Brasil.

Dica Adventure.
ao aventura-se em qualquer tipo de atividade na natureza é muito importante ir ate um hospital mas próximo e procurar saber, se no mesmo tem o Soro disponível. Assim como determinar um trajeto de emergência levando em conta o tempo estimado ate o local e a melhor rota ate o mesmo.
1. O primeiro passo para se produzir o soro é extrair o veneno de uma serpente — ou de um grupo delas do mesmo gênero, se o objetivo for uma vacina "multiuso". Para coletar o veneno das glândulas que secretam a substância, basta pressioná-las com as mãos ou aplicar um pequeno choque. Em pouco tempo, a serpente repõe sua peçonha

2. Um cavalo recebe o veneno em pequenas e sucessivas doses, que não prejudicam a sua saúde. Ele então começa a produzir anticorpos contra a peçonha. Por que são usados os cavalos? "Poderia ser qualquer animal, mas o cavalo é dócil e tem um rendimento maior na produção de anticorpos que outros mamíferos", diz a bioquímica Hisako Higashi, do Instituto Butantan

3. Após dez dias, amostras de sangue são retiradas do cavalo até se constatar que já há anticorpos suficientes no corpo do animal — o que leva, em média, 15 dias. Quando isso ocorre, até 16 litros de sangue são colhidos. Então, separa-se o plasma, parte do sangue onde ficam os anticorpos. O restante é reintroduzido no animal

4. O plasma do sangue é purificado em reatores e diluído. Aí o soro já está pronto. Quando uma pessoa é picada por um cobra peçonhenta, precisa receber a substância salvadora o mais rápido possível. No organismo da vítima, os anticorpos do soro se misturam com o veneno, neutralizando sua ação pouco a pouco. Em geral, o paciente se restabelece após um dia de tratamento


Existem muitos venenos, que funcionam de modo diferente em cada espécie.

90% das picadas de cobra, no Brasil, são de jararacas, mas a que mais mata é a cascavel, pois seu veneno é bem mais potente.

Os venenos das cobras podem ser:

Neurotóxicos - Agem sobre o sistema nervoso. O local da picada fica dormente e insensível.
Provocam paralisias musculares, cegueira e enfraquecimento extremo. É o caso do veneno da cascavel e da coral.

O veneno de uma cobra coral adulta tem capacidade para matar até um boi de 500 quilos.

Hemolítico - Provocam a hemólise e o escurecimento da urina.
É o caso do veneno da cascavel.

Proteolíticos - A vítima sente uma dor intensa no local da picada. Os tecidos sofrem necrose (apodrecem).
É o caso do veneno da jararaca.


Soros hiperimunes são produtos imunobiológicos utilizados no tratamento de vítimas de animais peçonhentos e de pacientes com doenças causadas por microorganismos (bactérias ou virus).

Cada soro tem os anticorpos certos e, consegue neutralizar rapidamente a ação do veneno. As vacinas são preventivas e os soros são remédios curativos.

Veja novamente os tipos antipeçonhentos:

Antibotrópico - para tratamento de pessoas picadas por serpentes do gênero Bothrops jararaca, jararacuçu, cotiara, caiçaca e urutu).

Anticrotálico - para tratamento de pessoas picadas por serpentes do gênero Crotalus (cascavel).

Antibotrópico-Crotálico - para tratamento de pessoas picadas por serpentes dos gêneros Bothrops (jararaca, jararacuçu, cotiara, caiçaca e urutu) ou Crotalus (cascavel).

Antielapídico - para tratamento de pessoas picadas por serpentes do gênero Micrurus (coral verdadeira).

Antibotrópico-Laquético - para tratamento de pessoas picadas por serpentes do gênero Bothrops (jararaca, jararacuçu, cotiara, caiçaca e urutu) ou Lachesis (surucucu ou surucutinga).

Outros soros antipeçonhentos:
Antiaracnídico - para tratamento de pessoas picadas por aranhas do gênero Phoneutria (armadeira) e Loxosceles (aranha marrom) ou por escorpiões do gênero Tityus (escorpiões brasileiros).

Antiescorpiônico - para tratamento de pessoas picadas por escorpiões do gênero Tityus (escorpiões brasileiros).

Antilonomia - para tratamento de pessoas acidentadas com taturanas do gênero Lonomia.




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Autor:

Ao se aventurar em qualquer atividade em ambientes naturais e hostis, devemos estar cientes que os riscos existem e com o conhecimento correto das técnicas de sobrevivência juntos com a responsabilidade podemos superamos os desafios.

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